Quando os anjos falam de amor
« Qual é o sonho que tens para a tua casa? »
Quando os anjos falam de amor (2025)
“Quando os Anjos Falam de Amor” é uma performance-ritual que acontece dentro das casas e com quem nelas habita. Inspirada nos Caça-Fantasmas, uma equipa de quatro intérpretes visita famílias e constelações afetivas para abrir um espaço de escuta e imaginação coletiva, convocando as presenças invisíveis que atravessam a intimidade: lutos, legados, memórias, sonhos e formas diversas de amar.Cada sessão transforma a casa num território ritual, feito de histórias partilhadas, jogos, gestos oraculares, palavras de luta, oferendas afetivas, danças silenciosas e objetos do quotidiano que ganham novos sentidos. No encontro entre anfitriões e visitantes, entre cuidado e contradição, entre riso e comoção, abre-se uma pergunta: e se a intimidade pudesse ser um lugar seguro?
A performance cruza o pensamento de pessoas como bell hooks, Edouard Louis, Alexandre Coimbra Amaral e Marshall Rosenberg, evocando anjos não como entidades salvadoras, mas como presenças internas, celulares, que sussurram outras formas de amar - menos idealizadas e mais encarnadas. Estes anjos não têm asas: têm carne, dúvidas e desejo de aprender.
"Quando os Anjos Falam de Amor" é um chamamento para que, entre os escombros do que herdámos, possamos imaginar vínculos mais justos, relações mais vivas e cultivar um amor íntimo, coletivo e radical.
Este trabalho nasce de um processo pessoal de perda e tentativa de compreensão: a ruptura de um núcleo familiar profundamente desejado, o luto por um projeto de vida que se desfez e a vontade de oferecer, à minha filha e ao mundo, outra visão possível de “família” - uma onde o amor se manifeste como prática quotidiana, e não apenas como promessa ou ideal. Para tratar estas questões, convidei colaboradoras próximas a juntarem-se a mim neste processo, trazendo também as suas próprias histórias de amor e violência. Juntas, damos corpo a uma resposta performativa que é, ao mesmo tempo, escuta, exposição e tentativa de reparação.
When angels speak of love (2025)
“When Angels Speak of Love” is a ritual performance that takes place inside homes and with those who live there. Inspired by Ghostbusters, a team of four performers visits families and emotional constellations to open up a space for listening and collective imagination, summoning the invisible presences that permeate intimacy: grief, legacies, memories, dreams, and different ways of loving.Each session transforms the home into a ritual territory, made up of shared stories, games, oracular gestures, words of struggle, emotional offerings, silent dances and everyday objects that take on new meanings. In the encounter between hosts and visitors, between care and contradiction, between laughter and commotion, a question arises: what if intimacy could be a safe place?
The performance crosses the thinking of people such as bell hooks, Edouard Louis, Alexandre Coimbra Amaral and Marshall Rosenberg, evoking angels not as saving entities, but as internal, cellular presences that whisper other ways of love – less idealised and more embodied. These angels have no wings: they have flesh, doubts and a desire to learn.
‘When Angels Speak of Love’ is a call for us, amid the rubble of what we have inherited, to imagine fairer bonds, more vibrant relationships, and to cultivate an intimate, collective, and radical love.
This work stems from a personal process of loss and attempted understanding: the breakdown of a deeply desired family unit, the mourning of a life project that fell apart, and the desire to offer my daughter and the world another possible vision of ‘family’ — one where love manifests itself as a daily practice, and not just as a promise or ideal. To address these issues, I invited close collaborators to join me in this process, bringing their own stories of love and violence. Together, we give shape to a performative response that is, at the same time, listening, exposure, and an attempt
at reparation.
Artistic direction, co-creation and performance Henrique Furtado Vieira
Performance and co-creation Catarina Vieira, Leonor Mendes and Sérgio Diogo Matias
Costumes and props Marisa Escaleira
Outside eye Joclécio Azevedo
Documentation Maria João Guardão
Project coordination Daniela Ribeiro / O Rumo do Fumo
Executive production and communication Carlota Borges Lloret / O Rumo do Fumo
Financial Support GDA, O Rumo do Fumo
Co-production Festival Circular, Temps d’Images, Asta - Teatro e Outras Artes - Covilhã
Acknowledgments António Simões, Carlota Lloret, João Albano, Laura Virissimo, Leonor Cabral, Lígia Soares, Luísa Fidalgo, Mariana Ferreira, Paulo Quedas, Raquel André, Roque Ricardo, Simone Rodrigues, Sofia Simões, Tónan Quito
O Rumo do Fumo is financed by República Portuguesa - Cultura | Direcção-Geral das Artes
Press review
"Quando os anjos falam de amor" tem cabeça e coração
de Ana Trocado Marques, Jornal de Notícias
Casas-templo murmuram no Circular Festival
de Rita Xavier, Jornal Público



© Susana Neves
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