Morrer pelos Passarinhos
collaboration with Lígia Soares


Porque o fazemos?
Porque não há evento sem convidados. E adoramos surpresas, deslocadas e inesperadas.
Achamos interessante dar a conhecer o(s) desconhecido(s).
E assim a festa não é um clube fechado.
Porque o potencial da arte não deve ser mantido nos limites da Arte. Como todos sabemos.
Não concorda?



Morrer pelos Passarinhos (2024/2025)

“Morrer pelos Passarinhos” baseia-se numa pesquisa sobre a criação artística que já não se revê no mundo em que vive. Henrique Furtado Vieira e Lígia Soares, juntam-se pela primeira vez numa co-criação para estudar, reproduzir, reinventar formas artísticas resultantes de sistemas em colapso e com isso criar uma coleção de performances baseada na relação histórica entre a crise e a emergência de diferentes vanguardas artísticas.
Vários movimentos da vanguarda artística surgiram após momentos traumáticos da história, momentos em que a humanidade mostrou novos alcances para a sua capacidade autodestrutiva - as Grandes Guerras que se sucederam ou a Guerra Fria com a sua ameaça atómica. Hoje, anos 20 do século. XXI, vivemos mais uma vez e desta feita, em continuidade, perante o “fim do mundo”.  
Perante a derrocada iminente que estratégias podemos usar para combater a “impotência da nossa vontade consciente”? Se no séc. XX, a apologia da informação, tão necessária como consequente ao possível progresso civilizacional, era ainda a máxima que poderia salvar-nos e ao mundo de atos violentos, hoje sabemos que a nossa agressão ao planeta que habitamos nos está já a ser fatal e, por alguma razão absolutamente extraordinária, vivemos com essa informação de uma forma consciente e passiva, perpetuando a nossa participação ativa na sua destruição.
“Morrer Pelos Passarinhos” visa encontrar formas de partilhar significativamente com o público o fim de um mundo conforme o fomos conhecendo e de lembrar a força de que em coletivo se pode expressar o “não sentido”, o ser humano dissecado pela desordem do mundo, expresso no seu luto, contrariando a naturalidade com que aceitamos a sua degeneração.
Com este propósito pretendem também responder a uma premissa comum às diferentes vanguardas: a democratização da arte, de modo a que esta possa alargar o seu acesso e refletir aqueles que são muitas vezes esquecidos pelas elites, económicas e culturais.
Uma coleção de rituais fúnebres que nos possam confrontar com o vazio, com o medo, com a desumanização, mas principalmente uns com os outros.

Direction and creation Lígia Soares e Henrique Furtado Vieira
From an original idea by Lígia Soares e Maria Jorge
Production director Ana Lobato
Technical direction and lighting design Hugo Coelho
Musical composition and sound design João Lucas
Production Romance Associação Cultural
Coproductions Teatro-Cine Torres Vedras (PT) and Teatro Municipal do Porto (PT) ///
Creation and performance residencies Gretua (Aveiro), Festival END (Coimbra), Rua das Gaivotas 6 (Lisboa), A Gráfica (Setúbal)  ///
Residency support Pólo Cultural das Gaivotas (Lisboa), O Rumo do Fumo (Lisboa), Centro Cultural da Malaposta / Minutos Redondos (Odivelas), LAMA Teatro (Faro), OPART e Estúdios Victor Córdon (Lisboa) ///
Funded by República Portuguesa/ Dgartes - Direção Geral das Artes ///


© Pedro Sottomayor


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